Em Terceira Idade, de J.M. Vieira Mendes, os atores, antes de começarem, já se reformaram. Gente com passado, que apresenta rugas onde não as vemos. O horizonte mais próximo é a morte, mas a melancolia é comédia e o desespero gargalhada. Nesta peça de teatro a trama serve de pretexto para adensar o “Quem sou eu?” ou ainda “O que é isto de uma terceira idade?” Ou também: “Será que digo que sou velho porque sou velho ou sou velho porque digo que sou velho?”
Partindo deste texto, o Teatro Praga chegou a um espetáculo em que testa a sua terceira idade. Como será daqui a 40 anos? E na especulação da resposta acrescenta matéria a um conceito por abrir.
Terceira Idade é tempo e velhice, sabedoria e esquecimento, artroses e pilates. Mas também é hoje e foi ontem. É uma construção por fazer com palavras conhecidas. Uma inevitabilidade a preencher. Uma reinvenção dentro da invenção. Uma comunicação aos tropeções. É, finalmente, a possibilidade de dizer, com os corpos de agora e cabelo de futuro: Terceira idade é hoje e aqui.
Este espetáculo não inaugura uma nova idade. Limita-se a ser uma continuação. Estamos todos na mesma história. Estamos todos no mesmo barco.
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Texto | André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Diogo Lopes, J.M. Vieira Mendes, Patrícia da Silva, Pedro Penim
Interpretação | Cláudia Jardim, Diogo Bento, Diogo Lopes, Patrícia da Silva, Pedro Penim
Desenho de luz | Daniel Worm d’Assumpção
Fotografia | Susana Pomba
Cenografia | Bárbara Falcão Fernandes
Fotografia | Susana Pomba
Produção | Elisabete Fragoso, Catarina Mendes
Co-produção | Teatro Viriato, Teatro Praga
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Duração | 55min
M/12