Antes é uma pequena jóia da nova dramaturgia portuguesa. Recentemente apresentado no BIT Teatersgarajen (Noruega), após apresentações no ISKV Tiyatro Festivali – Istambul, Théâtre de la Ville em Paris e no Hiroshima em Barcelona, o texto de Pedro Penim aborda com ironia e humor, a sensação de saudade, o apego ao passado.
Apresentada como um “atlas de melancolias”, a performance identifica uma espécie de desconforto latente relacionado a eventos ancestrais, presente um pouco por toda a Europa. Foi o nosso passado realmente tão “glorioso” quanto o percepcionamos? E até que altura devemos identificar esse “antes”?
Antes fala da ânsia pelo retorno a um tempo passado, entendido como glorioso e desejável, face um presente doloroso. Esta doença, partilhada por muitas civilizações ao longo da história, diagnostica o fim de uma era.
Para construir este diagnóstico, Pedro Penim atreve-se a colocar em confronto um tiranossaurus rex e um psicanalista pós-moderno bastante cético. Um diálogo hilariante e amargo que oferece “alimento para o pensamento” sobre o futuro de nossas civilizações e sua propensão para acarinhar fantasmas e mitologias de impérios caídos.
A peça foi recentemente adaptada para o cinema (“Past Perfect”) pelo cineasta Jorge Jácome (também responsável pelos vídeos da performance) e fez parte da seleção oficial da Berlinale 2019, Novos Diretores / Novos Filmes de 2019 no MoMA – New York e Hong Kong International Film Festival 2019, e.o.
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Texto e encenação | Pedro Penim
Interpretação | Bernardo de Lacerda, Vítor Silva Costa e Pedro Penim
Design de luz | Rui Monteiro
Assistência geral e produção executiva | Bernardo de Lacerda
Direcção de produção | Andreia Carneiro
Produção | Alexandra Baião
Co-produção | DeVIR / CAPa (para a 3ª edição do Festival “Encontros do DeVIR”), Temps d’images
Vídeo | Jorge Jácome
Fotografia | Alípio Padilha
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Duração | 60min
M/12
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