Despertar da primavera, uma tragédia de juventude é uma peça escrita em 1891 por Frank Wedekind sobre um grupo de adolescentes em conflito com uma sociedade conservadora e moralista. A crueldade e o amor entre pares, a intolerância geracional e o suicídio são alguns dos motivos queridos pela tradição interpretativa deste texto.
A convite do Centro Cultural de Belém, o Teatro Praga regressa a um clássico da literatura dramática para inscrever, num texto e teatro canónico, o lugar dos que não estão incluídos no sistema representativo.
Pretende-se, para isso, trabalhar o expressionismo lírico de uma adolescência disforme, com uma linguagem própria que anda longe de bipartições entre cínicos e sinceros, poéticos e racionais, parecendo pairar sobre o que está construído como se não lhes pertencesse.
Se em O Avarento o interesse estava em pensar uma casa ocupada pelo Teatro Praga depois da expulsão do “velho”, o Despertar da Primavera será a casa ocupada por uma puberdade longe da Natureza, da sujeição de um corpo a outro, da construção de identidades, em rito emancipatório e resistindo a todas as normalizações tradicionais. Um lugar onde se exige a coexistência de linguagens e se confundem as referências, onde o desespero é a vida e o suicídio uma vitória. É um espetáculo que segue à procura da humanidade por inventar.
Texto | Frank Wedekind
Tradução | José Maria Vieira Mendes
Com | André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Patrícia da Silva, Pedro Zegre Penim e com Cláudio Fernandes, Odete Ferreira, João Abreu, Mafalda Banquart, Óscar Silva, Rafaela Jacinto, Sara Leite e Xana Novais
Desenho de luz | Daniel Worm D’Assumpção
Música original e desenho de som | Miguel Lucas Mendes
Cenografia | Bárbara Falcão Fernandes
Figurinos | Joana Barrios e Mestre Costureira Rosário Balbi
Fotografia | Alípio Padilha
Direcção de produção | Bruno Reis, Andreia Carneiro
Assistente de produção | Alexandra Baião
Produção executiva | Bernardo de Lacerda
Co-produção | Teatro Praga, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional São João e Teatro Viriato
Residência artística e antestreia | 23 Milhas – Casa Cultura Ílhavo
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Duração | 2h10
M/16
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