Um espectáculo Teatro Praga com Os Músicos do Tejo
A partir do Sonho de Uma Noite de Verão de William Shakespeare
e de The Fairy Queen de Henry Purcell.
Para quê fazer teatro quando só se pensa no Verão e no Amor? Para quê a chatice do teatro quando só se pensa no Verão e no Amor? Para quê chatearmo-nos com as questões mais quentes quando só se pensa no Verão e no Amor? Para quê desinquietar as mentes? Para quê pretender a inscrição? Para quê dominar o léxico contemporâneo? Para quê tanta ironia e multi-referência? Para quê tantas horas passadas na internet com esperança de não largar o zeitgeist? Para quê tanto download? Para quê fazer inimigos ideológicos e estéticos? Para quê queimar pestanas a ler os benjamins do Badiou? Para quê ganhar rugas e cabelos brancos? Quando o que queremos é: Verão e Amor?
Sonho de uma noite de verão é para relaxar e “enjoyar”.
É estar sempre on, sem pensar nos que estão off. É ser tratado como um príncipe e adorar cada momento. É sentir a corrente passar e esqueceeeeeeeer-me de miiiiiiiim… É como dar um jantar em casa e evitar “certos temas” para que ninguém se aborreça e a conversa possa fluir imaculada. É como ir na auto-estrada para o Algarve, ar condicionado no máximo, musiquinha barroca no rádio, namorad@ ao lado a dar beijos no pescoço… e aí vão eles, a duzentos à hora rumo ao futuro onde lhes espera uma festa temática, um cocktail da moda e uma conta astronómica para pagar no Inverno.
Com a restauração da monarquia em 1660, Carlos II autorizou a formação de duas companhias de teatro para servi-lo a si próprio e ao seu irmão, o Duque de York. Foi a partir daqui, e influenciado pela corte de Luís XIV, que nasceu o teatro das máquinas, espectacular e exuberante, excessivo e megalómano. Uma história que tem em THE FAIRY QUEEN, de Henry Purcell, um magnífico epílogo. Partindo do SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, de Shakespeare, Purcell compõe música para um espectáculo cuja segunda versão, a de 1691-92, se encheu de efeitos especiais tão caros e extravagantes que apesar do seu sucesso terminou em fiasco financeiro. Fala-se de uma fonte de água gigantesca e de seis macacos a dançar.
Em SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, o Teatro Praga revive esses tempos. Uma comemoração festiva em busca da felicidade, uma homenagem ao poder ao som de Purcell e ao gosto da época, da nossa.
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“Sonho de Uma Noite de Verão” foi reencenado pelos alunos do Balleteatro em 2017, no Coliseu do Porto.
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Com | André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Joana Barrios, Joana Manuel, Patrícia da Silva e Rodolfo Teixeira
Solistas | Ana Quintans (Soprano), Rossano Ghira (Contra-Tenor), João Sebastião (Tenor) e Nuno Dias (Baixo)
Coro Olisipo | Elsa Cortês (Soprano), Luísa Tavares (Contralto – dia 3 de Julho), Lucinda Gerhard (Contralto – dia 4 de Julho), Diogo Cerdeira (Tenor), Armando Possante (Baixo)
Três fadas | Leonor Robert, Rafaela Albuquerque e Rita Fonseca
Equipa de filmagem | Carlos Eduardo, Cláudia Morais, Francisco Moreira, João Martins, Leonor Noivo, Nuno Morão e Tiago Oliveira
Artistas convidados | Ana Pérez-Quiroga, Catarina Campino, Javier Núñez Gasco, João Pedro Vale, Leo Ramos, Miguel Viegas, Rogério Nuno Costa, The End of Irony (Diogo Lopes, Ivo Silva, Miguel Cunha, Rita Morais e Ricardo Teixeira), Vasco Araújo e Vicente Trindade
Direcção musical | Marcos Magalhães
Realização vídeo | André Godinho
Design de luz | Daniel Worm d’Assumpção
Som | Ricardo Guerreiro
Cenários | Bárbara Falcão Fernandes
Casa | Filipe Carneiro (Triplinfinito)
Equipa de montagem | PréForma
Figurinos | Carla Cardoso
Produção | Bruno Coelho, Cristina Correia, Sara Maurício
Assistência | José Nunes
Músicos do Tejo | Álvaro Pinto (Violino-concertino), Xu Na (Violino I), Raquel Cravino (Violino I), Denys Stetsenko (Violino II), Zófia Pajak (Violino II), Raquel Massadas (Viola), Lúcio Studer (Viola), Paulo Gaio Lima (Violoncelo), Xurxo Varela (Viola da Gamba), Filipa Meneses (Viola da Gamba), Duncan Fox (Violone), Carolino Carreira (Fagote), Luís Marques (Oboé I), Andreia Carvalho (Oboé II), António Quítalo (Trompete I), Bruno Fernandes (Trompete II), Hugo Sanches (Teorba), Ricardo Leitão Pedro (Teorba), Joaquim Lopes (Percussão), Marta Araújo (Cravo I), Marcos Magalhães (Cravo II)
Fotografia | Alípio Padilha
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Duração | 2h20
M/6