O amor é, sempre, uma página escrita em hebraico.
Provérbio Popular Português
Este espetáculo é uma carta de amor a Israel. Sim, trata-se de uma afirmação assumidamente problemática: uma declaração de amor a uma entidade que muitos consideram um monstro contemporâneo.
Um ator encontra-se sentado diante do seu computador, o seu rosto projetado num enorme ecrã. É difícil determinar com quem conversa, com tanta intimidade, a quem está a abusar verbalmente, quem o está a fazer chorar e rir. Será que fala com o público? Será que fala consigo próprio? Com um(a) amante? Estará a expor a sua complicada vida amorosa defronte dos nossos olhos? Israel, uma nação em forma de uma ficção, assume um rosto humano, como alguém que se tem de aturar.
Voltaire escreveu que é preciso escolher entre países onde se transpira e países onde se pensa. Em Israel (o país e o espetáculo) faz-se as duas coisas.
—
Um espetáculo Teatro Praga
Texto | Pedro Zegre Penim
Criação e interpretação | Pedro Zegre Penim e Catarina Campino
Desenho de luz | Daniel Worm d’Assumpção
Produção | Cristina Correia, Elisabete Fragoso
Fotografia | José Frade
Co-produção | Teatro Maria Matos
—
Duração | 80min
M/12
—