Cláudia Jardim e Diogo Bento são dois dos artistas responsáveis pela criação dos espetáculos Hamlet Sou Eu (2007), Romeu e Julieta (2017) e Macbad (2021), uma trilogia dedicada a três tragédias Shakespearianas repletas de mortes, assassinatos, sangue e vingança, que reúnem em si um universo de fatalidade sanguinária, por norma, afastado do público mais novo. Além disso, são também três obras construídas a partir de três clássicos da dramaturgia ocidental considerados intocáveis e calcificados pelos estudos académicos e pelas abordagens cénicas que, ao longo do tempo, foram sendo apresentadas.
Um dos desafios principais que sempre os orientou foi o de fazer chegar estes textos ao público jovem. Como despertar o interesse por obras com mais de 400 anos? Serão os ditos clássicos intemporais? O que fazer com as divergências do zeitgeist? Será que estas narrativas ainda fazem sentido nos dias que correm? Estas foram algumas das dúvidas com que se depararam e às quais tentam responder com a criação dos três espetáculos.
Ora, é justamente a partir delas e do confronto dos espetáculos com o público que se propõem a conversar, a problematizar e a estruturar algumas conclusões a partir da sua experiência. Para amantes dos clássicos, para céticos impregnados de pós-modernidade, mas principalmente, para todos os que se baloiçam entre os dois extremos e que se interessam por novas abordagens do cânone, querem partilhar dúvidas, desenvolver teses, chegar a algumas ideias e rebatê-las para começar tudo de novo. For forever and two days.
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