Um espetáculo Teatro Praga com a colaboração musical de Ludovice Ensemble
A partir do Timão de Atenas de William Shakespeare e de Henry Purcell.
APEMANTUS I love thee better now than e’er I did.
TIMON I hate thee worse.
Em 2010, o Teatro Praga apresentou, no Grande Auditório do CCB, Sonho de uma noite de verão, um espetáculo que partia de uma semi-ópera de Henry Purcell, The Fairy Queen, que por sua vez partia do encontro com um texto de Shakespeare, Sonho de uma noite de verão. Três anos mais tarde, no mesmo auditório, o Teatro Praga regressou a Shakespeare e a Purcell, apropriando-se de uma outra composição musical do inglês escrita para animar uma adaptação de Thomas Shadwell de uma peça de Shakespeare: A Tempestade ou A ilha encantada. Seis anos depois de A Tempestade e nove anos depois de Sonho de uma noite de verão, o Teatro Praga completa o que sempre foi pensado como uma trilogia.
Timão de Atenas é uma composição musical de Henry Purcell, datada de 1694, escrita a convite de Thomas Shadwell, que mais uma vez adaptou o texto de Shakespeare (A vida de Timão de Atenas) e encomendou ao jovem Purcell uma «mascarada» (mask). A «mascarada» era uma forma de entretenimento praticada entre membros da corte e bastante em voga nos séculos XVI e XVII. Envolvia música, dança, canção e representação, com cenografias elaboradas e figurinos sumptuosos. Os mascarados eram habitualmente membros da corte e por vezes o próprio rei, acompanhados por atores e cantores profissionais.
Se em Sonho de uma noite de verão se procurava o lugar do poder antes ocupado pelo monarca, e de que modo a figura do programador ou curador preenche uma posição central na definição da arte que vale; se A Tempestade se voltava para o artista, para quem faz, e para a relação deste com o meio (público, teatro, escritas); já o terceiro momento da trilogia, que segue o formato do Teatro de Restauração, deverá concentrar-se nas relações entre arte e capitalismo, caminhando para um abandono progressivo dos objetos, da concretização e da partilha e aproximando-se de uma experiencialidade individualista, capaz de gerar capital sem produzir material. Timão de Atenas do Teatro Praga vai à procura da melhor forma de acabar.
Criação | Teatro Praga (André e. Teodósio, Cláudia Jardim, José Maria Vieira Mendes e Pedro Penim)
Direção Ludovice Ensemble | Fernando Miguel Jalôto
Texto | José Maria Vieira Mendes
Atores | André e.Teodósio, Cláudia Jardim, David Mesquita, Diogo Bento, Joana Barrios, João Abreu, Marcello Urgeghe, Patrícia da Silva e Pedro Penim
Cantores | Ana Quintans (Cupido [soprano]), Joana Seara (Ninfa [soprano]), André Baleiro (Baco [barítono]), Fernando Guimarães (Seguidor de Baco I [tenor]) e André Lacerda (Seguidor de Baco II [tenor]).
Orquestra | Stephen Mason (Trombeta), Joana Amorim (Flautas), Pedro Lopes e Castro (Oboé e Flautas), Andreia Carvalho (Oboé), José Rodrigues Gomes (Fagote e Flautas), Sabine Stoffer (Concertino/Violino solo), Patrizio Germone (Violino solo), César Nogueira (Violino), Flávio Aldo (Violino), Álvaro Pinto (Violino), Denys Stetsenko (Violino), Lúcio Studer (Viola), Sofia Diniz (Viola da Gamba), Marta Vicente (Grande Viola da Gamba), Vinícius Perez (Tiorba/Guitarra), Fernando Miguel Jalôto (Cravo)
Consultoria artística | Vasco Araújo
Vídeo (concepção e edição) | André Godinho
Câmaras | Cristina Pina, Eduardo Jorge
Cenografia | Joana Sousa
Figurinos | Joana Barrios
Mestre costureira | Rosário Balbi
Desenho de som e sonoplastia | Miguel Lucas Mendes
Iluminação | Daniel Worm d’Assumpção
Direção de produção | Andreia Carneiro
Produção | Alexandra Baião
Registo de vídeo | Mário Negrão
Apoios | GriffeHairStyle, GUERLAIN
Agradecimentos | Afonso Palitos, André Sá Fonseca, Carlos Pinto, Céu Barrios, Bruno Bogarim, Cão Solteiro, Família Baião, Filipe Dominguez, Francisco Benevides, Helena Vaz Pereira, Irmã Lúcia, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, José Barros, Junta de Freguesia da Misericórdia, Mercedes e Álvaro, Michał Dobrucki, Miguel e Maria, Nuno Ferreira, Restart, Ricardo Casal, Ricardo, Rita, Jorge e David, Rua das Gaivotas 6, Rúben Santos, Rúben Silva e Vasco Araújo
—
Duração | 1h40 (s/intervalo)
M/12
—