Pára de me puxar a trela, sua besta, que eu enterro os meus dentes na tua perna.
em Dog, de Steven Berkoff
Se o “retorno à Natureza” nunca foi possível, não vale a pena fingir que umas vezes estamos ao ar livre e outras não. Celebremos então, uma vez mais, o terreno que os homens pisam, na senda dos madeireiros pouco amáveis da Amazónia, dos implacáveis arpoeiros islandeses ou dos resistentes habitantes dos Países Baixos, e façamos mais uma missa em honra do Dr. Frankenstein (o novo Dionísio) porque “Deus dá nozes, mas não as parte”.
Simulemos, num espaço a meio caminho entre o aeroporto, a estação e o estádio, a mítica (porque extinta) luta entre Physis e Anthropos, entre a Natureza e o Homem.
Os actores estão escolhidos. O desastre é inevitável. O público-alvo que se atreva a aparecer.
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Co-criação | André e. Teodósio, Cláudia Jardim, José Maria Vieira Mendes, Patrícia da Silva e Pedro Penim
Produção e promoção | FIMP, Pedro Pires e Joana Gusmão (Teatro Praga)
Luz e música | Teatro Praga
Fotografia | Susana Neves