I’m a dog shit ashtray
I’m a shrugging moustache, wearing a Speedo tuxedo
I’m a movie with no plot, written in the backseat of a piss-powered taxi
I’m an imperial armpit, sweating Chianti
I’m a toilet with no seat, flushing tradition down
I’m socialist lingerie, I’m diplomatic techno
I’m gay pastry and racist cappuccino
I’m an army on holiday in a guillotine museum
I’m a painting made of hair on a nudist beach eating McDonald’s
I’m a novel far too long
I’m a sentimental song
I’m a yellow tooth waltzing with wraparound shades on.
Who am I?
I am Europe.
Chilly Gonzales
I AM EUROPE [Eu Sou a Europa] é um ciclo constituído por três espetáculos diferentes que, inicialmente, não foram pensados como uma trilogia. Foi só durante os ensaios do último espetáculo, Tear Gas [Gás Lacrimogénio], que os três espetáculos revelaram uma partilha de dinâmica e energia. Decidi chamar-lhes I AM EUROPE, o título de uma canção de Chilly Gonzales que alcança aquilo que procurei criar com este ciclo: criar e expor uma identidade que se encontra a meio caminho entre o rótulo (questionável) da “tradição Judaico-Cristã” europeia e a minha própria biografia.
Este é um processo recorrente no meu trabalho: o canalizar da tensão entre aquilo que é universal e o que é doméstico, entre o mistério e a razão (para George Steiner, a Europa é um Conto de Duas Cidades que convoca «a tensão entre os gregos e os judeus», a tensão entre os legados de Atenas e de Jerusalém).
I AM EUROPE é a representação de um mapa antropomórfico da Europa a três ritmos.